Doentes e sofredores são os que mais "mordomias" têm junto ao coração de Cristo. É confortador saber que Deus não passa ao fardo do sofrimento humano; mas faz questão de entrar nele e assumí-lo em sua própria pessoa.
Ele não se aproxima do sofredor apenas para dar um carinho ou oferecer um consolo, mas para restituir-lhe a saúde e a alegria de viver. E também para mostrar que não é certo conformar-se com o sofrimento e a infelicidade.
Agora, se para os famintos multiplica o pão, se aos doentes traz a saúde e se aos mortos restitui a vida - quer dizer que Jesus não se preocupa apenas com a alma do ser humano, preocupa-se também com seu corpo.
Tamanha preocupação com o homem "total" tem que formar a Igreja de Cristo, aí incluídos todos os poderes públicos - notoriamente tão despreocupados com a saúde da grande massa...
Se deixássemos de fazer semelhantes denúncias e nos limitássemos a pregar um evangelho consolatório, é certo que ganharíamos vibrantes aplausos. Mas muito obrigado! Esses tipos de palmas seriam a nossa condenação, pois significariam que estamos consolidando uma situação anticristã...
Temos a obrigação de proclamar libertação do corpo, bem como a libertação da alma: de levar a esperança de um "hoje" feliz, bem como de um futuro feliz. Não estamos aqui para ajudar mais rápido possível. Estamos aqui para tomá-lo pela mão e ajudá-lo a recuperar a alegria, a dignidade e o direito de viver.
Padre Virgínio, extraido do livro 'Nossa lei é o amor'
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